sábado, 17 de setembro de 2011

Casal é tudo igual

Casal é tudo igual


 Luís Fernando Veríssimo
Ele: - Alô?
Ela: - Pronto.
Ele: - Voz estranha… Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas…
… Silêncio ….
Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone…
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço… Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite…Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções…
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo… As poucas coisas que eu achava que estavam certas… Isso também era errado!?
Ela - Evidente, a gente não conversava nunca…
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
Ela: - E vocês são de Saturno!
…Silêncio…
Ele
: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra me dizer o que devo fazer…
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal..
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável…
Sinceramente, eu não sei o que faria sem você. Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente o meu grande objetivo na vida?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo! …Silêncio…
Ele: - De onde está falando?
Ela: - 578 9922
Ele: - Não é o 579 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.
Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.
Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte… Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre… 22 caras correndo atrás de uma bola… Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena… O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto…
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também.Você não gostaria de…
Ela: - Adoraria!
….Ele dá o endereço.
Ela: - Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
Ele: - Então? É pegar ou largar.
Ela: - Tô passando aí, Ronaldo.
Ele: - Combinado, vizinha.

SUGESTÃO
1- Um homem e uma mulher conversam ao telefone.
a- Quem tomou a iniciativa de telefonar?
b- Pelo clima da conversa, como parece ser o relacionamento entre eles?
2- À medida que o casal conversa, eles começam a estranhar o comportamento um do outro.
a- Exemplifique esse comportamento estranho.
3- “Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.”
a- Que sentimento ele demonstra quando usa faz essas afirmações?
4- A mulher pensava que o homem ao telefone era o seu ex-marido. Leia o diálogo
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.”
a- Qual a diferença entre o homem ao telefone e ex-marido da mulher?
5- O homem ao telefone pensava que estava falando com sua ex-mulher:
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias
Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos”.
a- Compare as duas mulheres.
6- “Ele: - Você nunca reclamou disso.”
Ela: - E você me perguntou alguma vez?”
Baseando-se nesta conversa, podemos concluir que os dois casais se param pelo mesmo motivo:
a- Por qual motivo os casais se separaram?
7- Leia:
Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio
inestimável… Sinceramente, eu não sei o que faria sem você”.
a- O que a mulher realmente quis dizer?:
8- A partir de qual momento eles começam a desconfiar que a pessoa do outro lado da linha não é aquela que
cada um pensava ser?
9- À medida em que a conversa evolui, eles descobrem alguma coisa que os une. Que gostos eles tem em comum?
10- Reescreva a frase usando o verbo corretamente, substituindo “a gente” por “nós”.
a- … a gente não conversava nunca.
b- Isso a gente aprende também.
 
fonte http://piquiri.blogspot.com

Atividade 8ª série

Pequena fábula de Diamantina



Tendo herdado a casa do avô na cidade distante, para lá mudou-se com toda família, contente de retomar o contato com suas origens. Em poucos dias, já trocava dedos de prosa com o farmacêutico, o tabelião, o juiz. E por eles ficou sabendo, entre uma conversa e outra, que as casas daquela região eram construídas com areia de aluvião, onde não raro se encontravam pequenos diamantes.
A notícia incrustou-se em sua mente. Olhava os garimpeiros que à beira de rios e córregos ondulavam suas bateias, olhava os meninos que cavucavam os montes de areia já explorada onde, ainda assim, talvez fosse possível descobrir o brilho amarelado de pedra bruta. Ouvia as estórias de fantásticos achados.
Por fim, uma tarde, alegando cansaço após o almoço farto, trancou-se no quarto e, afastando o armário, começou com a ajuda de uma faca a raspar a parede por trás deste. Raspava, examinava a cavidade, os resíduos que tinha na mão e que cuidadoso despejava num saco de papel. E recomeçava. Assim, durante mais de hora. Assim, a partir daí, todas as tardes.
Já estava quase transparente a parede atrás do armário, e ele se preparava para agir atrás da cômoda quando, tendo esquecido de trancar a porta, foi surpreendido pela mulher. Outro remédio não teve senão explicar-lhe o porquê de sua estranha atividade. Ao que ela, armada por sua vez de faca e reclamando posse territorial, partiu para a parede da despensa. Onde, dali a pouco, foi descoberta pela empregada. A qual reivindicou direito às paredes da cozinha. Tão evidentes, que rapidamente as crianças perceberam, atacando cada uma lado do corredor.
De dia e de noite, raspam e raspam os familiares, álacres como ratos, abrindo vãos, esburacando entre as estruturas, roendo com suas facas na procura cada vez mais excitada. Abre-se aos poucos a casa descarnada, recortadas em renda suas paredes. Geme o telhado, cedem as estruturas. Até que tudo vem abaixo numa grande nuvem de pó.
Agora com as unhas, raspam os familiares o monte de entulho. Quem sabe, sob os escombros espera, escondido, o diamante.
(Marina Colasanti)

http://maps.google.com.br/

VOCABULÁRIO
álacre – alegre, jovial
areia de aluvião – areia depositada pelas águas dos rios ou chuvas
incrustar-se – imbutir, inserir
bateia – vasilha de madeira usada para lavrar cascalho onde existe diamante
alegar – dizer alguma coisa como desculpa
reivindicar – exigir, reclamar
estrutura – parte que sustenta o peso de uma construção
escombro – entulho, destroços de demolição, ruína


1- NUMERE AS FRASES CLASSIFICANDO-AS QUANTO À IDÉIA:
(1) ideia de causa
(2) ideia de consequência
(_) Tendo herdado a casa do avô numa cidade distante.
(_) Para lá mudou-se com toda a família.


2- NUMERE AS COLUNAS DE ACORDO COM O LUGAR EM QUE AS PERSONAGENS RASPAVAM
(1) o marido
(2) a esposa
(3) a empregada
(4) as crianças
(_) Reivindicou as paredes da cozinha.
(_) Trancou-se no quarto para raspar as paredes.
(_) Reivindicou as paredes da despensa.
(_) Alegou cansaço e foi raspar as paredes escondido.
(_) Quis uma das paredes do corredor.


3- COMPLETE COM (V) PARA VERDADEIRO OU COM (F) PARA FALSO:
(_) As histórias que ajudaram a reforçar a ambição do homem eram reais.
(_) Naquela região, realmente aconteceram fantásticos achados.
(_) A empregada surpreendeu o homem raspando as paredes do quarto.
(_) O meninos cavucavam os montes de areia em busca de diamantes.
(_) O homem mudou-se para Diamantina pensando em enriquecer facilmente.
(_) Os moradores da casa não usaram ferramentas apropriadas na caça aos diamantes.
(_) Os meninos trabalhavam em igualdade de condições aos garimpeiros.
(_) O marido explicou espontaneamente à esposa o porquê de sua atividade.


4- INDIQUE O CERTO COM UM X
O texto lido é uma narrativa na qual o narrador:
(_) É apenas um observador dos fatos que nos contam o que aconteceu.
(_) O narrador participa dos acontecimentos como uma personagem.


5- O narrador comparou as personagens a ratos, essa comparação transmite à frase um significado:
(_) positivo
(_) negativo


6- O estado de espírito do homem quando se mudou para a cidadezinha era:
(_) contente
(_) infeliz
(_) indiferente
(_) irritado
(_) ganancioso


7- A notícia incrustou-se em sua mente. A notícia era
(_) Que a casa do avô tinha diamantes nas paredes.
(_) Que herdara a casa de seu avô.
(_) Que as casa da região tinham paredes construídas com areias de aluvião.
(_) Que muitas pessoas encontraram diamantes nas paredes de suas casa.


8- Ele observou dois fatos que reforçaram o conteúdo da notícia. Quais?
(_) Pessoas que raspavam as paredes de suas casas e o hábito de descansar após o almoço.
(_) As unhas das pessoas estava sempre gastas e havia muitos sacos de papel espalhados pelas ruas.
(_) O farmacêutico, e o juiz trocavam dedos de prosa sobre o assunto e as histórias de achados fantásticos.
(_) O trabalho dos garimpeiros e a atividade dos meninos.


9- O sentimento que tomou conta das pessoas foi de
(_) covardia
(_) medo
(_) preguiça
(_) ambição
(_) ódio


10- CLASSIFIQUE O PREDICADO EM:
(1) verbal
(2) nominal
(3) verbo-nominal
(_) Considero você inteligente.
(_) O homem herdou a casa do avô.
(_) As casas eram construídas com areia de aluvião.
(_) A mulher raspou contente as paredes.
(_) As paredes já estavam quase totalmente transparentes.


11- CLASSIFIQUE O PREDICATIVO SENDO:
(1) predicativo do sujeito
(2) predicativo do objeto
(_) Ficamos preocupados com as paredes da casa.
(_) As paredes da casa nos deixaram preocupados.
(_) A fidelidade é necessária ao namoro.
(_) Os jovens consideram a fidelidade necessária.


12- ESCREVA A PALAVRA QUE É O PREDICATIVO DO SUJEITO OU O PREDICATIVO DO OBJETO
O homem ficou alegre quando viu seu emprego seguro.
Predicativo do sujeito: …...................................................
Predicativo do objeto: …...................................................
A mãe, orgulhosa, achou o filho lindo com aquele terno.
Predicativo do sujeito: …..................................................
Predicativo do objeto: …...................................................
Dizei-me se há alguém mais confusa do que eu.
Predicativo do sujeito: …..................................................
Predicativo do objeto: …...................................................


13- A QUE CLASSE GRAMATICAL PERTENCE A PALAVRA “CONFUSA” NA FRASE:
Dizei-me se há alguém mais confusa do que eu?”
…....................................................................................
Qual é o objeto direto de há? ….......................................
Qual o predicativo do sujeito? ….....................................


14- COMPLETE AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS COM PRONOMES RELATIVOS:
Olhava para os garimpeiros ......... ondulavam suas bateias.
Aquela é a casa ......... paredes foram raspadas.
A casa ......... moravam ficava em Diamantina.
Foi uma casa herdada do avô ......... moraram até destruí-la.


15- LEIA A FRASE ABAIXO E RESPONDA:
Foi a casa que pedi para Papai Noel
Quantos verbos há? .........
Quantas orações? .........
Que palavra é o pronome relativo? .........
Que palavra é o termo antecedente do pronome relativo? .........


16- COMPLETE COM ONDE OU AONDE?
Eu gostaria de saber ......... vamos raspar hoje?
Sempre me perguntam ......... vim?
Ela foi logo cedo .........


Fonte: http://piquiri.blogspot.com

Semana Farroupilha


Indumentária Gaúcha
 
Introdução
A autêntica cultura do povo e suas expressões estão alicerçadas em tradições, em conhecimentos obtidos pela convivência em grupo, somadas aos elementos históricos e sociológicos. Seus legados e sua tradição, entre eles o seu modo de vestir, são transportados para as gerações seguintes, sujeitos a mudanças próprias de cada época e circunstância.
O homem do Rio Grande do Sul adaptou suas vestimentas baseado nas suas necessidades e no seu tipo de vida. Fica claro que os trajes, no decorrer da história, aceitam os processos de modernização e de transformação que uma cultura possa ter. A cultura é viva e, enquanto viva, ela se modifica. Essas modificações legaram ao gaúcho além de uma herança, beleza e identidade. Se os costumes são constantemente alterados no decorrer da história, nada mais claro de que os trajes também tenham tido uma modificação, mantendo, no entanto, a sua raiz.
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar como se deu a evolução da nossa Indumentária Gaúcha. Quando da realização desta pesquisa, me deparei com várias publicações sobre indumentária, de vários autores, como Antônio Augusto Fagundes, Vera Záttera, Paixão Côrtes e Edison Acri, que mostravam visões um pouco diferenciadas. A Evolução da Indumentária Gaúcha
Os quatro trajes fundamentais:
Se formos dividir a história da indumentária gaúcha, veremos que ela se dá em 4 partes, e a cada uma delas corresponde uma indumentária feminina:
1 - Chiripá primitivo;
2 - Braga;
3 - Chiripá farroupilha;
4 - Bombacha. Traje Indígena - 1620 a 1730
Quando o homem que veio fazer a América - e se vestia à européia - aqui chegou encontrou, nos campos, índios missioneiros e índios cavaleiros.
Índios Missioneiros: (Tapes, Gês-guaranizados) - constituíam a matéria-prima trabalhada pelos padres jesuítas dos sete povos.
Os Missioneiros se vestiam, conforme severa moral jesuítica. Passaram a usar os calções europeus e em seguida a camisa, introduzida nas missões pelo Padre Antônio Sepp.
Usavam, ainda, uma peça de indumentária não européia, proximamente indígena - "el poncho" - isto é, o pala bichará. Essa peça de indumentária não existia no Rio Grande do Sul antes da chegada do branco, pois os nossos índios pré-missioneiros não teciam e nem fiavam.
Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles. Assim, figurar o Alferes Real Sepé Tiarayu, desnudo ou vestindo chiripá, é erro grosseiro. Ele usaria a farda correspondente ao seu alto grau militar, ou vestiria-se civilmente, com bragas, camisa e poncho.
A mulher missioneira usava o "tipoy", que era um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado "chumbe". O "tipoy" era feito de algodão esbranquiçado, mas em seguida se tornava avermelhado com o pó das Missões. Em ocasiões festivas, a índia missioneira gostava de usar um alvo "tipoy" de linho sobre o de uso diário. Apenas nas vestes religiosas, sobretudo nas procissões, as índias usavam mantos de cores dramáticas, como o roxo e o negro.
Índios cavaleiros: (Maias: Charruas, Minuanos, Yarós, etc): eram assim chamados porque prontamente se abonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de amestramento e equitação.
Usavam duas peças de indumentária absolutamente originais: o "chiripá" e o "cayapi".
O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi dos minuanos era um couro de boi, inteiro e bem sovado (que se usava às costas) com o pêlo para dentro e carnal para fora, pintado de listras verticais e horizontais, em cinza e ocre. À noite, servia de cama, estirado no chão. Os charruas o chamavam de "quillapi" e "toropi".
A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No rosto, pintura ritual de passagem, assinalando a entrada na puberdade. No pescoço, colares de contas ou dentes de feras.
De peças da indumentária ibérica, de peças da indumentária indígena e tantas outras, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.
Traje Gaúcho - 1730 a 1820
Patrão das Vacarias e Estancieira Gaúcha
O primeiro caudilho rio-grandense tinha mais dinheiro e se vestia melhor. Foi o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente à européia, com a braga e as ceroulas de crivo. Passou a usar também a bota de garrão de potro, invenção gauchesca típica. Igualmente o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro, etc.
A mulher desse rico estancieiro usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, botinhas fechadas, mantilha, chale ou sobrepeliz, grande travessa prendendo os cabelos enrolados e o infaltável leque.
Peão das Vacarias e China das Vacarias
O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade - caçar o gado e cavalgar. Normalmente, este gaúcho só usava o chiripá primitivo (pano enrolado como saia, até os joelhos, meio aberto na frente, para facilitar a equitação e mesmo o caminhar do homem) e um pala enfiado na cabeça. O chiripá, em pouco tempo, assumia uma cor indistinta de múgria - cor de esfregão. À cintura, faixa larga, negra, ou cinturão de bolsas, tipo guaiaca, adaptado para levar moedas, palhas e fumo e, mais tarde, cédulas, relógio e até pistola. Ainda à cintura, as infaltáveis armas desse homem: as boleadeiras, a faca flamenga ou a adaga e, mais raramente, o facão. E sempre à mão, a lança - de peleia ou de trabalho. Camisa, quando contava com uma, era de algodão branco ou riscado, sem botões, apenas com cadarços nos punhos, com gola imensa e mangas largas. Pala, não faltava, comumente, o de lã - chamado "bichará" - em cores naturais, e mais raramente o de algodão e o de seda que aos poucos vão aparecendo. Logo, também surge o poncho redondo, de cor azul e forrado de baeta vermelha.
Pala: tem origem indígena. Pode ser de lã ou algodão, quando protege contra o frio, ou de seda, quando protege contra o calor. É sempre retangular com franjas nos quatro lados. A gola do pala é um simples talho, por onde o homem enfia o pescoço.
Poncho: Tem origem inteiramente gauchesca. É feito, invariavelmente, de lã grossa. Quase sempre é azul escuro, forrado de baeta vermelha, mas também existem de outras combinações de cores. O poncho tem a forma circular ou ovulada. Só protege contra o frio e a chuva. A gola é alta, abotoada e há um peitilho na frente do poncho.
Botas: As botas mais comuns eram as de garrão-de-potro, que eram retiradas de vacas, burros e éguas (raramente era usado o couro de potro, que lhe deu o nome). Essas botas eram lonqueadas ou perdiam o pêlo com o uso. Em uso, as botas não duravam mais de dois meses. Normalmente, eram feitas com o couro das pernas traseiras do animal que dão botas maiores. As que eram tiradas das patas dianteiras, muitas vezes eram cortadas na ponta e no calcanhar, ficando o usuário com os dedos do pé e o calcanhar de fora. Acima da barriga da perna, era ajustada por meio de tranças ou tentos. Esporas: As esporas mais comuns nessa época eram as nazarenas (européias) e as chilenas (americanas). As nazarenas tem esse nome devido aos seus espinhos pontudos, que lembram os cravos que martirizaram Nosso Senhor. As chilenas devem seu nome à semelhança com as esporas do "huaso", do Chile. Aos poucos, os ferreiros da época começaram a criar novos tipos de esporas.
Luxo: O peão das vacarias não era de muito luxo. Só usava ceroulas de crivo nas aglomerações urbanas. Ademais, andava de pernas nuas como os índios. À cabeça, usava a fita dos índios, prendendo os cabelos - que os platinos chamam "vincha" - e também o lenço, como touca, atado à nuca.
Chapéu: quando usava, era de palha (mais comum), e de feltro, (mais raro), e talvez o de couro cru, chamado de "pança-de-burro", feito com um retalho circular da barriga do muar, moldado na cabeça de um palanque. O chapéu, qualquer que fosse o feitio, era preso com barbicacho sob o queixo ou nariz. Esse barbicacho era normalmente trançado em delicados tentos de couro cru, tirados de lonca, ou então, eram simples cordões de seda, torcidas, terminando em borlas que caía para o lado direito. Mais raramente era feito de sola e fivela.
Tirador: Ainda nesta época, aparece o "cingidor", que é o nosso tirador.
Mulher: A mulher vestia-se pobremente: nada mais que uma saia comprida, rodada, de cor escura e blusa clara ou desbotada com o tempo. Pés e pernas descobertas, na maioria das vezes. Por baixo, apenas usava bombachinhas, que eram as calças femininas da época.
Traje Gaúcho - 1820 - 1865
Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho
Este período é dominado por um chiripá que substituiu o anterior, que não é adequado à equitação, mas para o homem que anda a pé. O chiripá dessa nova fase é em forma de grande fralda, passada por entre as pernas. Este se adapta bem ao ato de cavalgar e essa é certamente a explicação para o seu aparecimento. Com isto, fica claro que o Chiripá Primitivo era de origem indígena. Já o Chiripá Farroupilha é inteiramente gaúcho. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo.
As esporas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha. As botas são, ainda, a bota forte, comum, a bota russilhona e a bota de garrão, inteira ou de meio pé. As ceroulas são enfiadas no cano da bota ou, quando por fora, mostram nas extremidades, crivos, rendas e franjas. À cintura, faixa preta e guaiaca, de uma ou duas fivelas. Camisa sem botões, de gola, e mangas largas. Usavam jaleco, de lã ou mesmo veludo, e às vezes, a jaqueta, com gola e manga de casaco, terminando na cintura, fechado à frente por grandes botões ou moedas. No pescoço, lenço de seda, nas cores mais populares, vermelho ou branco. Porém, muitas vezes, o lenço adotado tinha outras cores e padronagens. Em caso de luto, usava-se o lenço preto. Com luto aliviado, preto com "petit-pois", carijó ou xadrez de preto e branco. Aos ombros, pala, bichará ou poncho. Na cabeça usavam a fita dos índios ou o lenço amarrado à pirata e, se for o caso, chapéu de feltro, com aba estreita e copa alta ou chapéu de palha, sempre preso com barbicacho.
A mulher, nesta época, usava saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como jóias apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechados por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.
Traje gaúcho - 1865 até nossos dias
Bombacha e Vestido de Prenda
A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava a cavalo, trajando bombachas e trazia as calças "cola fina", dobradas em baixo dos pelegos, para frisar.
As bombachas são largas na Fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoadas no tornozelo, e quase sempre com favos de mel. A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho.
À cintura o fronteirista usa faixa; o serrano e planaltense dispensam a mesma e a guaiaca da Fronteira é diferente da serrana, por esta ser geralmente peluda e com coldre inteiriço.
A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado. Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco.
O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores branco e vermelho são as mais tradicionais.
Usa-se mais freqüentemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho.
Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos, como por exemplo, no interior de um galpão.
As esporas mais utilizadas são as "chilenas", destacando-se ainda as "nazarenas". Botas, de sapataria preferencialmente pretas ou marrons.
Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira e do calor o poncho-pala. Cita-se ainda o bichará como proteção contra o frio do inverno. Obs: O preto é somente usado em sinal de luto.
O tirador deve ser simples, sem enfeites, curtos e com flecos compridos na Serra, de pontas arredondadas no Planalto, comprido com ou sem flecos na Campanha e de bordas retas com flecos de meio palmo na Fronteira.
É vedado o uso de bombacha com túnica tipo militar, bem como chiripás por prendas por ser um traje masculino.
A indumentária da prenda é regulamentada por uma tese de autoria de Luiz Celso Gomes Yarup, que foi aprovada no 34º. Congresso Tradicionalista Gaúcho, em Caçapava do Sul.
01 - O vestido deverá ser, preferencialmente, de uma peça, com barra da saia no peito do pé;
02 - A quantidade de passa-fitas, apliques, babados e rendas é livre;
03 - O vestido pode ser de tecido estampado ou liso, sendo facultado o uso de tecidos sintéticos com estamparia miúda ou "petit-pois";
04 - Vedado o decote;
05 - Saia de armar: quantidade livre (sem exageros);
06 - Obrigatório o uso de bombachinhas, rendadas ou não, cujo comprimento deverá atingir a altura do joelho;
07 - Mangas até os cotovelos, três quartos ou até os pulsos;
08 - Facultativo o uso de lenço com pontas cruzadas sobre o peito, também facultado o uso do fichu de seda com franjas ou de crochê, preso com broche ou camafeu, ou ainda do chale;
09 - Meias longas brancas ou coloridas, não transparentes;
10 - Sapato com salto 5 (cinco), ou meio salto, que abotoe do lado de fora, por uma tira que passa sobre o peito do pé;
11 - Cabelo solto ou em trança (única ou dupla), com flores ou fitas;
12 - Facultado o uso de brincos de argola de metal. Vedados os de fantasia ou de plásticos;
13 - Vedado o uso de colares;
14 - Permitido o uso de pulseiras de aro de qualquer metal. Não aceitas as pulseiras de plástico;
15 - Permitido o uso de um anel de metal em cada mão. Vedados os de fantasia;
16 - É permitido o uso discreto de maquiagem facial, sem batons roxos, sombras coloridas, delineadores em demasia;
17 - Vedado o uso de relógios de pulso e de luvas;
18 - Livre a criação dos vestidos, quanto a cores, padrões e silhuetas, dentro dos parâmetros acima enumerados.

Fonte: http://www.portalgaucho.com.br

Semana Farroupilha

Origem do Chimarrão
Mate amargo (sem açúcar) que se toma numa cuia de porongo por uma bomba de metal. Atribuem-se ao chimarrão propriedades desintoxicantes, particularmente eficazes numa alimentação rica em carnes.
A tradição do chimarrão é antiga. Soldados espanhóis aportaram em Cuba, foram ao México "capturar" os conhecimentos das civilizações Maia e Azteca, e em 1536 chegaram à foz do Rio Paraguay. No local, impressionados com a fertilidade da terra às margens do rio, fundaram a primeira cidade da América Latina, Assunción del Paraguay.
Os desbravadores, nômades por natureza, com saudades de casa e longe de suas mulheres, estavam acostumados a grandes "borracheras" - porres memoráveis que muitas vezes duravam a noite toda.
No dia seguinte, acordavam com uma ressaca proporcional.
Os soldados observaram que tomando o estranho chá de ervas utilizado pelos índios Guarany, o dia seguinte ficava bem melhor e a ressaca sumia por completo. Assim, o chimarrão começou a ser transportado pelo Rio Grande na garupa dos soldados espanhóis.
As margens do Rio Paraguay guardavam uma floresta de taquaras, que eram cortadas pelos soldados na forma de copo. A bomba de chimarrão que se conhece hoje também era feita com um pequeno cano dessas taquaras, com alguns furos na parte inferior e aberta em cima.
O comerciante Rômulo Antônio, dono da Casa do Chimarrão, em Passo Fundo, há mais de 20 anos, explica que os paraguaios tomam chimarrão em qualquer tipo de cuia. "Até em copo de geléia", diz. São os únicos que também têm por tradição tomar o chimarrão frio... O "tererê" paraguaio pode ser tomado com gelo e limão, ou utilizando suco de laranja e limonada no lugar da água.
Antônio explica outras diferenças. Na Argentina e no Uruguai a erva é triturada, ao contrário do Brasil, onde é socada.
Nos países do Prata, a erva é mais forte, amarga, recomendada para quem sofre de problemas no fígado.
Curtindo a cuia Cevando o Mate
Antes de tu ires mateando, tens que dar um trato na cuia.
Seguem abaixo orientações para isso:
Curte uma cuia enchendo-a de erva-mate pura ou misturada com cinza vegetal e água quente. Este pirão deve permanecer por dois ou três dias, sempre úmido, para que fique bem curtida, impregnando o gosto da erva em suas paredes. A Cinza é para dar maior resistência ao porongo.
Passando o tempo determinado, retira-se a erva-mate da cuia, raspando com uma colher, para eliminar alguns baraços que tenham ficado.
Enxágua-se com água quente e estará curada ou curtida, pronta para entrar em uso. O mate ou cuia se cura cevando,isto é, à medida que vai sendo usada vai dando melhores mates.
Preparando o Chimarrão
1º Coloque a erva dentro da cuia. Incline-a um pouco e abafe com a mão em diagonal.
2º Coloque água morna com muito cuidado e com a cuia inclinada e deixe o erva absorver toda a água
3º Ainda com a cuia inclinada, coloque a bomba devagar. Deve-se tapar com o dedo o bico da cuia na inserção
4º Arrume a bomba conforme o seu gosto, não esquecendo de virar o bico da bomba para o lado de fora da cuia. Pronto !
Agora é só saborear o seu autêntico chimarrão.

Fonte: http://www.portalgaucho.com.br

Semana Farroupilha

Oração do Gaúcho
 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol:
"Tomara que todo o mundo seja como irmão!. Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase se querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro...mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito!
Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente pra ti, que tua vontade leve a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu. Amém.
Autor: D. Luiz Felipe de Nadal

Semana Farroupilha

Querência Amada (Teixeirinha)

Quem quiser saber quem sou,
olha para o céu azul,
e grita junto comigo,
viva o Rio Grande do Sul!
O lenço me identifica,
qual a minha procedência,
da província de São Pedro,
padroeiro da querência.

Ó meu Rio Grande de encantos mil,
disposto a tudo pelo Brasil.
Querência amada dos parreirais,
da uva vem o vinho, do povo vem o carinho,
bondade nunca é demais.
Berço de Flores da Cunha,
e de Borges de Medeiros.
Terra de Getúlio Vargas,
presidente brasileiro.

Eu sou da mesma vertente,
que Deus saúde me mande,
E que eu possa ver muitos anos,
o céu azul do Rio Grande.


Te quero tanto,

torrão gaúcho,
morrer por ti,
me dou o luxo.

Querência amada, planícies e serras,

os braços que me puxa,
da linda mulher gaúcha,
beleza da minha terra.
Meu coração é pequeno,
porque Deus me fez assim,
o Rio Grande é bem maior,
mas cabe dentro de mim.
Sou da geração mais nova,
poeta bem macho e guapo,
Nas minhas veias escorrem,
o sangue herói dos farrapos.

Deus é gaúcho,
de espora e mango,
foi maragato,
ou foi chimango.

Querência amada,
meu céu de anil.
Este Rio Grande gigante,
mais uma estrela brilhante na bandeira do Brasil.

http://www.clesio.net/cn/index.

2) Trabalhando a música: (Comentário participado antes da interpretação. Considerando que trabalhei,com esta turminha na terceira série, a Revolução Farroupilha, ficou mais fácil o comentário p/ a interpretação.)

A música tem a força de um hino porque exalta:
( ) as virtudes do povo gaúcho.
( ) as virtudes do presidente brasileiro.

b) A música também revela:
( ) a beleza da nossa bandeira.
( ) as belezas do RS.

c) O RS era chamado antigamente de :
( ) Querência Amada
( ) Província de São Pedro

3) Pinte os versos onde o autor:
a) amarelo- demonstra como é grande o seu amor pelo Rio Grande do Sul.
b) vermelho- diz que o Rio Grande do Sul destaca-se no Brasil.
***Em sua opinião, por que o RS destaca-se no Brasil?

c) Escreva cinco virtudes para o povo gaúcho:
_________, __________,_____________, __________,________

d) Circule de verde, o verso onde Teixerinha cita a bravura do gaúcho na Revolução Farroupilha.
 

e) Para você, o que é ser gaúcho?


4) Trabalho no Livro de Português: pág. 253- VERBOS.
Pinte de amarelo os tempos verbais que ainda não aprendemos.
*** Pretérito mais que perfeito; Pretérito Imperfeito e Futuro do Pretérito.

5) Circule os verbos no infinitivo. Após, Conjugue- os nos tempos pedidos: (Pesquise no livro)

a) Amar o Rio Grande do Sul: Virtude do gaúcho.

*****Pretérito mais que perfeito*****
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

b) O gaúcho gosta de beber chimarrão.

*****Pretérito Imperfeito*****
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

c)O gaúcho gosta de ouvir uma boa música.
*****Futuro do Pretérito*****
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

6) Oração: AVE MARIA CAMPEIRA

Maria, mãe de Deus
E mãe de todos nós
roga pela querência
e pelos gaudérios
que aqui moram
nesta hora e no instante
da última cavalgada.
Amém!!!


   Retirado do blog  http://turmadaprofejanete.blogspot.com

A que ponto chegamos...

Tributo ao Professor Kássio Vinícius Castro Gomes


O texto a seguir foi escrito por Igor Pantuzza Wildmann   (Advogado – Doutor em Direito. Professor Universitário) e publicado pelo site www.consae.com.br Enviado pelos professores Luis Aparecido Rabelo e Marli Piffer. Veja a que ponto chegou a Educação no Brasil.


‘Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice’.  (Émile Zola)
‘Meu dever é falar, não quero ser cúmplice’.   (Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente.  (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que… estudar!).

 A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e  imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando…

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar tudo isso que está aí’;  “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente…

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente, deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público.

A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca;   
                                                                                                                       
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos” e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;          
                                                                                           
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam  analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.       
                                                                                                                                        
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.
                                 
*Igor Pantuzza Wildmann   (Advogado – Doutor em Direito. Professor Universitário)
Publicado pelo site www.consae.com.br